miércoles, 11 de agosto de 2010

CULTURA CIGANA:POVO SEM FRONTEIRAS




Cultura Cigana: povo sem fronteiras que ainda sofre com a discriminação ——————————————————————————– 12:07 – terça-feira, 10 de agosto de 2010 Representantes de um povo com tradição milenar, com cultura própria, roupas coloridas e muita alegria, estiveram reunidos na manhã desta terça-feira, 10, em Canoas. Os ciganos foram os protagonistas do Iº Encontro da Cultura Cigana e das Diferenças Que Não Existem, evento promovido pela prefeitura de Canoas através da Coordenadoria das Políticas de Igualdade Racial. A atividade aconteceu no auditório da Biblioteca Pública Municipal e reuniu ciganos da Região Metropolitana, de cidades como Esteio, Alvorada, Gravataí, Porto Alegre, além de Canoas. Conforme a coordenadora e Igualdade Racial, Maria Aparecida Mendes, o objetivo do encontro foi justamente dar visibilidade a esta parcela da população, que ainda sofre com preconceito e discriminação. PRECONCEITO Uma das coordenadoras da atividade foi a representante do Instituto de Apoio ao Movimento da Cultura Cigana no Brasil, Lorí Emanoela. Ela é descendente de ciganos da etnia Kalin, com origem em Portugal e observou que o preconceito ainda é recorrente contra seu povo. “Por temos tradição de origem nômade, enfrentamos dificuldades em muitos locais”, afirmou. Lorí estima que no Brasil existam aproximadamente 600 mil ciganos, dos quais seis mil vivem em acampamentos. A integração do povo cigano ao povoamento do Estado também foi lembrada durante o encontro. De origem portuguesa, muitos vieram para o Rio Grande do Sul na época da imigração Açoriana, e junto, trouxeram suas tradições. “Na própria cultura tradicionalista, as vestimentas das prendas em muito tem relação com a roupa da mulher cigana”, disse Lorí. NÔMADES Oriundos da índia e espalhados pelo mundo, Lorí diz ainda que a contribuição cigana também pode ser vista na culinária, através de condimentos e temperos originais do oriente, e que tiveram nas mãos dos ciganos sua expansão pelo mundo. As manifestações culturais puderam ser vistas na dança, na espiritualidade e nas roupas, essas muito coloridas, adornadas com enfeites e que seguem o mesmo estilo há anos. A característica nômade, foi herdada a partir de perseguições, em diferentes lugares do mundo, para o qual Lorí sintetizou o sentimento de seu povo. “Fronteiras são somente linhas em um mapa”, disse. Ela adianta que ainda não possui dados sobre a comunidade de ciganos em Canoas, mas que um trabalho de mapeamento estará sendo feito. O secretário de Cultura, Jéferson Assumção, destacou o evento. “Temos que nos engajar para dar visibilidade a esta cultura colorida, musical, gestual, espiritual e contemporânea, que é a dos ciganos. São um povo que vive no mundo, sem fronteiras , como habitantes desse planeta e tem muito a nos ensinar”, avaliou. Jesiel B. Saldanha