O presidente da AGK, Carlos Amaral, lamentou que os ciganos ainda sofrem muito preconceito e, por isso, se fecham para o convívio com a sociedade. Afirmou que as crianças têm dificuldades de encontrar vagas nas escolas e até mesmo de receberem atendimento médico nos postos de saúde. "Vivemos sempre em sobressalto, sob a ameaça de sermos expulsos de onde chegamos, impedidos de entrar em alguns lugares e até acusados de crimes que nem sempre cometemos", reclamou.
Segundo Amaral, os ciganos têm dificuldades para obter documentação e, até em consequência dessa situação, para arrumar emprego fixo e ter direito à aposentadoria. "Somos ciganos, mas somos brasileiros. Queremos ser reconhecidos e ter os mesmos direitos de qualquer cidadão", acentuou. A historiadora Maria Cecília Duarte, assessora da AGK, lembrou que para se ter direito é, também, necessário assumir os deveres. Segundo ela, os ciganos querem cumprir com suas obrigações. "Quem luz, mas estão dispostos a pagar por ela", garantiu.
Em resposta às muitas reclamações apresentadas, todos os representantes de órgãos públicos presentes à audiência se colocaram à disposição para encontrar soluções. A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Denise Pacheco, e a representante da Regional Nordeste da PBH, Rosângela Pastana, se prontificaram a resolver o acesso à escola e à saúde na reunião do dia 5 de julho. "Não podemos tolerar preconceito", afirmou Rosângela. "É preciso aprimorar a comunicação entre a prefeitura e vocês para melhorar as condições das pessoas que aqui moram", completou Denise.
O coordenador especial de Políticas Pró-igualdade Racial da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Clever Alves Machado, sugeriu uma parceria técnica com a AGK para que sejam levantadas as demandas de todos os ciganos que vivem em Minas Gerais para, depois, traçar planos de atendimento.
Fonte: ALMG